Mãe nossa…
Doze
de Fevereiro de 2012.
Terá
sido um dia igual a tantos outros para muitos; diferente, para outros tantos,
especial para alguns, feliz para outros, triste também, para muitos. Terá sido
- foi certamente que os dias são todos assim -, com diversas cores, luminosos,
escuros, conforme se apresentam a cada um ou como cada um os vê. Seja! Sempre
assim foi, sempre assim será. Mas, a cada um caberá vivê-los com as emoções que
tiver disponíveis ou as que lhe forem sendo fornecidas pelos acontecimentos, ou
até com as que, dentro de si próprio for criando, por força, sabe-se lá de que
desígnios.
Para mim, este foi um dia marcadamente triste.
Só comparável a outros dois, pela profundidade da tristeza, não por qualquer
escala de valores, mas pela marca que deixa, real, sentimental, afectiva,
dorida, inexplicável, inconformada e inapelável na forçosa aceitação do rótulo
de “naturalidade”, como parece ser entendido o desaparecimento físico de alguém,
quando cumpre longo percurso de vida.
Poderá
ser assim, mas nada nem ninguém nos convence, intimamente, da naturalidade de
se perder quem nos deu a vida, nos criou e nos acompanhou e protegeu em
permanente relacionamento de amor durante toda a sua vida.
Assim
foi comigo. Esperado? - Poder-se-á dizer que sim, mas com escrúpulo,
porque não parece de bom tom esperar-se por tão drástico desfecho, no sossego da
alma ou na pendular bonomia do respirar dos dias. Talvez a justificação do
cumprimento de um destino, aceite e entendido como tal, após a sua consumação
para cuja previsão nos falta capacidade e reserva de razão. E, ainda bem ;porque
podemos ,baseados nessa incapacidade, aliviar a consciência de pesos que um eventual
conhecimento dos mistérios que envolvem a vida, nos ficariam para sempre como
dor de alma .
O nosso adeus foi sereno como serena foi a tua
partida, querida Mãe, porque acreditamos que descansas eternamente e em paz e
viverás sempre na nossa lembrança.
Cascais, 2012-02-22
Joaquim Isqueiro
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