“ OS PSEUDO - HIPOTÉTICOS
“
Pintam a vida com laivos de
tinta que furtam entre os restos deixados por quem a usa com o verdadeiro
sentido de criar, de abrir caminhos, iluminar ideias , sem outra intenção que
não seja a de resplandecer o querer, evidenciar realidades, subjectivar felicidades,
amenizar tristezas ou mesmo inverter valores tortuosos, opacos, empedernidos,
alertando para um caminhar mais consequente e despojado de mesquinhez.
E em regra, não notam como
borram a pintura, apenas apreciada por incautos “entendedores” que os seguem e
enaltecem, à sombra da falsidade fermentada que comungam.
São profetas da salvação das
almas, da distribuição do amor, semeadores de ventos de bonança com salpicos de
malvasia, autênticos criadores do “Elixir da Felicidade”, em formato cultural
de virtuais “Bordas-d’água “, com o fundamento científico da “Banha da Cobra”
dos tempos modernos.
Enfim, não vêem o ridículo
de que se cobrem, porque a esmagadora maioria da gente de hoje, ignora-os e
deixa-os a nadar em seco, numa penosa e frustrante masturbação intelectual.
Atravessa-os uma barra
invisível que lhe reforça o “ego” e lhe serve de suporte para se afirmarem
transversais, permitindo-lhe comportarem-se como se fossem eles próprios o
“Eixo da Terra”.
Assim se imaginam e em
conformidade se comportam.
Abençoados! - Deles será um
dia o reino de todos os céus, quando para o seu etéreo espaço forem remetidos,
aureolados com diadema de papel pardo entrelaçado, em forma de “réstia de
alhos” .
Entretanto, vão moendo a
paciência de quantos, piedosamente os toleram e, iludindo outros tantos que
ingenuamente lhe dão crédito.
Acoitados em alvares
sorrisos, perfumados por essências falsificadas, cobertos por luzidia
brilhantina e camalhões de Pó-de-Arroz amarelado (quando expostos à luz), não
se dão conta do ridículo e por isso se pavoneiam, sem repararem nas nódoas da
gravata nem nas quedas do nó da mesma, por não ser desfeito, de uma vez para outra,
do desadequado uso.
Alinham no circunstancial
“politicamente correcto”, sempre procurando ventos favoráveis que lhe permitam
“navegar à bolina”, ora sorrindo melosos, ora olhando acutilantes e
reprovativos, conforme a importância dos cenários, por eles próprios
classificados.
Mais do que Lixo Tóxico, são
veneno e, pelo vistos, imunes porque nada lhes acontece quando mordem a língua
_ que se saiba _ e não consta que tenham a natureza e a postura dos “lacraus”,
talvez porque a sua consciência tenha sido uma couve e algum incauto burro a
tivesse comido.
Quem quiser, que os
identifique; mesmo que apenas para diversão, que outro interesse não poderão
despertar, no seu mal conseguido intento de falhados “arlequins”;mas não me
peçam para eu dar mais dados de caracterização ou pormenor.Acho suficientes as características
que enuncio, visíveis à mera pesquisa a olho nu ou de qualquer lente de “zero
dioptrias”.
Hão-de reconhecer algum,
como diz um anúncio publicitário:“ Aí, num lugar perto de si”
Não fora o magnânimo
desprezo que lhes voto, chamar-lhe-ia com semelhante sentimento de bondosa
indiferença, “Os pseudo - hipotéticos”
Agosto
de 2015.
joaquimporquesim