“
F E D E R “
Na minha aldeia vivia,
Um estranho vagabundo,
Com um ar alucinado;
Ao certo, ninguém sabia,
Como ele encarava o mundo,
Em seu viver desregrado.
Muitas vezes confrontado,
Com gente, dita “normal”,
Mostrava muito saber;
Dentro do fato rasgado,
Surgia o seu porte altivo,
Bem activo, no feder.
Do odor que os outro notam,
Também ele se dá conta,
Sem que isso o incomode;
E sempre que o confrontam,
Ele, eloquente, desmonta:
_ Quem
fede, é porque pode!
Nas tertúlias sociais,
Do presidente da junta,
Do médico, do reverendo;
Casamentos, funerais,
Sempre de altiva conduta,
Lá comparece fedendo.
Aquela estóica figura,
Inocente e convencida,
Como se um cargo exercesse;
Na actual conjuntura,
Que importância a sua vida,
Teria se não fedesse!?...
Cascais , Dezembro 2011
Joaquim Isqueiro
Sem comentários:
Enviar um comentário