terça-feira, 15 de janeiro de 2013

6 de Julho de 2012

Uma amiga,pediu-me um comentário,offline,mas depois pediu-me para o publicar aqui,sem dizer o propósito,nem a que se referia.Foi o que fiz respeitando o seu pedido. A DOR, O LUTO, A SAUDADE, O TEMPO …

A nossa natureza não é mórbida, mas é moldada pela educação e pela cultura. Por boa ou má administração de uma e pela boa ou má obtenção da outra.
É por isso emergente, entre as comunidades, um conjunto de ”sentires” (sentimentos).
Primeiro, em forma de fumo leve que vai engrossando progressivamente, tornando-se num turbilhão que vai trespassando, reciprocamente, todos e cada um, até se tornar num denso nevoeiro, que a todos envolve quase por igual. Aí, germinam e desenvolvem-se, estados de alma, condensados entre as pessoas, amalgamados até, tocando ao mesmo tempo e pressionando, cabeças em desorganização, por vezes com estados de natureza muito diferenciada.
Assim, germina, cresce, paira e instala-se entre nós, uma espécie de força magnética que nos apanha e condiciona, gerindo e distribuindo, fragmentos de pensamentos, com predomínio dos mais pesados e depressivos, tornando-os dominantes e levando a que, até as mentes mais arrumadas, venham a ser afectadas, por ficarem quase sem espaço, para captarem ondas mais positivas.
Isto, torna-se um círculo vicioso, rolando pelo tempo, paralelamente aos novos acontecimentos, com eles se misturando e, não raro, relegando-os para segundo plano, por forma a fazer-nos viver com mais intensidade, acontecimentos passados e irreversíveis, em detrimento do que se nos depara para resolver no presente.
Sem qualquer base formativa e muito menos científica, parece-me ter alguma vivência que me permita observar e ter opinião sobre qualquer assunto, mesmo que possa ser uma visão distorcida.
Alguém, com capacidade ou não, me possa corrigir e ensinar, melhor forma de entender estas questões. Por enquanto, penso que, a dor, é incontornável, nada podemos fazer para não a sentir, quando nos atinge, a não ser minimizá-la, como é normal, humano e mesmo inevitável. Para isso existe, o luto, esse sim, variável conforme nossa vontade e capacidade, que deverá aliviar progressivamente a dor, transformando-a em saudade que, por sua vez, se tornará positiva, passando a recordação que se gosta de ter, em vez de morbidez recalcada, sistematicamente usada, normalmente para auto-justificar nossas fraquezas ou atitudes que receemos possam ser “condenadas” por terceiros ou pela sociedade em geral .
Por fim, o tempo: _ Bem, esse não passa, fica. Nos é que passamos por ele como por um ecrã e, quando desaparecermos, nada levaremos de lembrança, penso eu…!
Cascais, Julho de 2012